Brasil alcança sete finais na Ginástica Artística Feminina

O Brasil viveu um dia histórico na classificatória da Ginástica Artística Feminina. Na competição por equipes, a Seleção Brasileira, que somou 166.499 pontos, conseguiu a quarta vaga, atrás apenas dos Estados Unidos (172.296), Itália (166.861) e China (166.628). As outras equipes classificadas são Japão (162.196), Canadá (161.563), Grã-Bretanha (160.830) e Romênia (159.497).

Cabe lembrar que o Brasil foi vice-campeão por equipes no Mundial da Antuérpia, no ano passado. Curiosamente, na classificatória disputada na Bélgica, as brasileiras também avançaram com o quarto melhor resultado.

Rebeca Andrade, atual vice-campeã olímpica no individual geral, obteve classificação novamente na disputa que aponta a ginasta mais completa do planeta. E a guarulhense, com 57.700 pontos, ficou atrás apenas da norte-americana Simone Biles (59.566). Flávia Saraiva também se classificou. Com 54.199 pontos, é a finalista com o décimo melhor somatório.

No salto sobre a mesa, aparelho em que é a atual campeã olímpica, Rebeca avançou em segundo lugar (14.683). Simone Biles obteve a melhor nota (15.300). 
Na trave, teremos duas brasileiras na final: Rebeca, terceira melhor na classificatória (14.500) e Júlia Soares, a oitava (13.800).

Rebeca também vai disputar a final do solo. Conseguiu, também nesse aparelho, o segundo melhor resultado (13.900), atrás de Biles (14.600). 
Francisco Porath Neto, o Coordenador da Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina, já faz projeções sobre o que pode ser feito até a final por equipes, que será disputada já na terça-feira (30), a partir das 18h15 (horário de Paris) – 13h15 (horário de Brasília).

“Este é o dia mais importante da competição, aquele que define quem vai para as finais. Passamos sem quedas graves. Isso era o que a gente queria provar para as meninas – que podíamos passar para a final da competição por equipes. Este é também um dia desafiador física e mentalmente. Agora precisamos ver como as meninas se recuperam e pensar na estratégia. Podemos subir a dificuldade em algumas séries”, afirma o experiente treinador.

A treinadora Iryna Ilyashenko fez um balanço positivo da participação brasileira na classificatória. “Esses resultados foram excelentes. Quero destacar o papel da Jade. Ela se superou. Já tem 33 anos e deu uma contribuição importantíssima. Para mim é uma satisfação imensa este resultado na competição por equipes. Não sei se elas vão conquistar medalha, mas elas vão brigar. Vai ser uma disputa acirrada pela prata e pelo bronze. Os Estados Unidos não podem errar, mas estão um pouco distantes, um nível acima. Amanhã vamos fazer um treino e decidir quem compete em qual aparelho. O principal já está definido. Agora vamos pra frente com calma”.

Porath comentou a respeito de Flávia Saraiva, que não obteve classificação em duas finais que almejava, a da trave e a do solo, e deixou a área de competição chateada. “Flávia certamente vai levantar a cabeça. Ela está na final do individual geral e vai ajudar muito na competição por equipes. Nosso esporte é assim: na terça-feira ela pode sair muito feliz”.

Rebeca tinha o sonho de enfim disputar uma final olímpica nas paralelas assimétricas, o aparelho preferido dela, mas não obteve classificação.