A Confederação Brasileira de Ginástica tem um especial cuidado com a nutrição. A excelente comida oferecida no CT Time Brasil, em Sangalhos, une o útil ao agradável
É um Centro de Treinamento, mas, em certo sentido, é também uma casa. Uma casa portuguesa com certeza, aquela que as seleções de Ginástica Rítmica e Artística do Brasil adotaram durante a Missão Europa, na freguesia de Sangalhos, na região central de Portugal.
Naquela casa portuguesa, como era de se esperar, a comida é muito, mas muito boa. Sangalhos não fica longe do mar, e a mesa dos ginastas é bem servida com frutos do mar e uma certa bacalhoada na nata, que é consumida com paixão sobretudo pelas moças da Ginástica Rítmica.
“A bacalhoada na nata caiu nas graças das meninas. Elas amaram. Algumas delas nunca tinham consumido. Liberamos para que elas experimentassem, com moderação”, diz Renata Rebello, nutricionista da CBG. A profissional, que permanece em Aracaju, onde se situa o Centro de Treinamento da GR, fez um minucioso estudo para elaborar o plano alimentar (o cardápio) das atletas. “Para a gente planejar o que o atleta deve consumir, são necessárias diversas investigações. Inicialmente, colhemos dados clínicos de cada atleta, por meio de exames que solicitamos. Antes da viagem, pedi exames de sangue e de urina para sabermos como anda a saúde de cada uma delas. Logicamente, consideramos as demandas do treinamento. É disponibilizado para todos os membros da equipe multidisciplinar o planejamento previsto para cada semana, a duração, a intensidade e o conteúdo de cada sessão. Por já termos testado antes, já conhecemos a taxa de sudorese das atletas. Todas essas especificidades são consideradas ao organizarmos o plano alimentar”.
Mas o trabalho não para por aí. “Também é importante que levemos em conta a preferência das atletas – cada uma tem seu gosto. E também tem o aspecto regional. Nesse caso, a culinária portuguesa. Antes da viagem, fiz aqui no Brasil uma pesquisa a respeito, não só na teoria, mas também ouvi colegas que já moraram e atuaram como nutricionistas em Portugal. Claro que permitimos que as ginastas degustem aquilo que o país tem para oferecer. A gente prioriza os objetivos esportivos das atletas, mas, com moderação, tudo é permitido”.
Ao contrário do que seria até razoável imaginar, as ginastas se apresentaram em boa forma física no aeroporto de Viracopos, onde se reuniram antes da viagem a Portugal. Para isso, foram determinantes os treinamentos que realizaram no interior de seus lares, em atividades coordenadas pela CBG, que utilizou a internet para isso. “A maior parte das atletas voltou muito bem do período de quarentena. Mantiveram a forma física porque treinaram dentro de casa”, afirma Renata.
E há um outro fator que contribui: as atletas aprenderam a comer de forma balanceada. “Isso é o mais importante. A gente faz um trabalho de educação alimentar. Quando elas estão aqui em Aracaju, o plano alimentar não é imposto. A gente oferece seis refeições bem completas ao dia. Explicamos a importância de cada alimento. No período em que ficaram em casa, na quarentena, elas utilizaram todos esses conhecimentos. Além disso, também oferecemos orientação a distância. Muitas coisas elas já haviam compreendido e conseguiram colocar em prática naturalmente. É um hábito alimentar que vai se formando e faz parte da rotina das meninas”, diz a experiente nutricionista, que já atuou no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e no Palmeiras. Ao longo da notável carreira, já ofereceu também consultoria para outros atletas de elevadíssimo nível da natação, vela, ciclismo e basquete.
Renata, como se pode imaginar, está orgulhosa com a forma física que as ginastas estão exibindo em Sangalhos. “A gente sabe, pela literatura, que muitos atletas de outras modalidades ganharam muito peso ou perderam muita massa magra durante o isolamento. Isso de fato não aconteceu com as nossas meninas. Elas tiveram grande sabedoria e continuam com uma grande liberdade para as escolhas alimentares. Além do bacalhau, algumas das atletas nunca tinham comido lagosta, e experimentaram por lá. E também coisas mais simples, como frutas vermelhas e roxas – cito a groselha negra, cereja e mirtilo, por exemplo. Aqui no Brasil, o preço é superalto; em Portugal, o preço delas é muito mais acessível. É o sonho de todo nutricionista que o atleta tenha acesso a essas frutas, que são muitíssimo ricas em proantocianidina, fazem muito bem à saúde e previnem lesões, por serem antioxidantes.
Certos “cases” da Seleção demonstram que nutrição é assunto muito sério na CBG. Uma das atletas que mais se destacam no rigor ao alimentar-se é Nicole Pircio. “A Nicole é o maior orgulho pra gente. Quando chegou à seleção, tinha um peso bastante reduzido para a estatura dela. Nós estabelecemos logo de início que ela tinha que aumentar seu peso corporal, ganhar massa magra. Ao longo desse processo, conquistamos de seis a sete quilos de peso corporal por meio de um plano bem específico, no qual priorizamos fracionamento da dieta dela em diversas refeições, para que em cada momento o organismo tenha oportunidade e capacidade de absorver melhor esses nutrientes e com isso estimular ainda mais a síntese proteica e o ganho de massa muscular. Inclusive utilizamos alguns suplementos pontualmente em pequenas e controladas doses”.
Nicole gostou muito do aprendizado, a ponto de até considerar a hipótese de estudar nutrição. “A Renata nos traz várias palestras muito boas, que explicam a importância e o motivo de comer e não comer cada alimento, como aquilo funciona e pode ajudar na nossa performance. Meus pais também sempre me ensinaram a comer coisas saudáveis”, diz a ginasta. “Quanto aos estudos, pretendo terminar a faculdade de Educação Física. Depois quero cursar Nutrição também”.
A evolução da constituição corporal de Nicole, é claro, é percebida nos ginásios. “Eu me sinto bem melhor. Percebo uma grande diferença: uso melhor a força e aguento mais horas de treino com uma energia boa. Com todo o ótimo trabalho físico que estamos fazendo, consigo ver a evolução nos trabalhos na academia a cada carga mais pesada que ergo”.
Com toda a orientação que recebem, as atletas podem saciar algumas vontades. A carioca Lorrane dos Santos, da Ginástica Artística, gosta de atacar os frutos do mar, e está se sentindo no paraíso. “A comida aqui é maravilhosa. Preparam um cardápio ótimo pra nós. Os que mais me agradam aqui são os frutos do mar. Já era apaixonada por eles, e os daqui são simplesmente maravilhosos”.
Rodrigo Sasson, médico do Comitê Olímpico do Brasil responsável pela Ginástica, destaca a importância da nutrição em todo o contexto de preparação dos atletas. “O trabalho com os Atletas é todo organizado pela equipe multidisciplinar. Os ginastas tiveram muitas alterações nas suas rotinas durante o Isolamento. Sendo assim, o foco no momento da retomada dos treinos foi principalmente a parte física, com cuidado específico quanto à prevenção de lesões. Toda a organização de treinos e estrutura multidisciplinar foi feita ligada a esse objetivo, para que os atletas possam se aprimorar tecnicamente e de forma segura. Nesse aspecto, a organização nutricional tem papel de extrema importância, e foi elaborada considerando também os indicadores individuais dos atletas. A estrutura do hotel em Sangalhos é ótima e com o melhor nível gastronômico. Isso torna possível termos alimentos saudáveis e com todos os nutrientes necessários, aliados aos melhores sabores da comida regional. As Seleções Brasileiras podem saborear comida excelente, com muita variedade. Ao mesmo tempo, temos foco na saúde e na performance”.
Outro prato querido pelos ginastas em Sangalhos é o salmão. “Todas elas já consumiam no Brasil, mas não com tanta frequência. E o sabor do salmão que degustam lá é melhor, segundo dizem”, fiz Renata.
E, já no final do texto, não podemos esquecer do azeite. “Sempre usamos azeite aqui em Aracaju. Deve fazer parte do plano alimentar devido ao alto teor de ácidos graxos monossaturados e também pelo poder antioxidante, que ajuda na prevenção de lesões. Lá em Portugal tem outros aspectos inegáveis, alto grau de pureza e sabor ainda melhor”.
A Confederação Brasileira de Ginástica é patrocinada pela CAIXA.
Publicado pela Plataforma SGE da Bigmidia - Gestão Esportiva com Tecnologia
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