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Ginecologistas visitam CT e passam uma série de informações valiosas

05/05/2022

Tríade da mulher atleta, disponibilidade energética, ciclo menstrual, higiene pessoal: equipe liderada pela doutora Tathiana Parmigiano enriquece conhecimentos das ginastas sobre saúde.

Ginecologistas visitam CT e passam uma série de informações valiosas

Na semana passada, atletas das Seleções Brasileiras Brasileiras de Ginástica Rítmica, receberam, no Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica de Aracaju, a visita de duas médicas ginecologista, Rosângela Passarela Faroni e Natália Tavares Gomes, que integram a equipe de Tathiana Parmigiano, ginecologista do Time Brasil (COB) desde 2011 e Coordenadora da Equipe de Ginecologia do Esporte da NewOn do  Grupo Prevent Senior.

As duas profissionais deram uma palestra esclarecedora sobre aspectos fundamentais da saúde da mulher atleta.

Ex-atleta da natação e do polo aquático do Esporte Clube Pinheiros e irmã de Christiane Parmigiano, ex-judoca da Seleção Brasileira, Tathiana explicou a importância dessa iniciativa. “Cada vez mais, o mundo esportivo entende que homens e mulheres não podem ser tratados igualmente, e que o treinamento feminino exige atenção a algumas particularidades das mulheres atletas. Acreditamos que, por meio das palestras, levamos informação para as meninas, para que elas possam se conhecer cada vez melhor e consigam procurar por ajuda no momento em que apresentarem sintomas que prejudiquem saúde ou desempenho esportivo. Seja a alteração menstrual, seja a canelite ou a fratura por estresse, a perda urinária ou a perda de performance quando menstruada. Todas essas são informações que a gente tem levado cada vez mais às meninas para que possam pedir ajuda”.

Um dos principais pontos abordados na palestra é a questão da disponibilidade energética, o resultado da equação entre a energia captada pelo corpo a partir da ingestão de alimentos, e o gasto com o metabolismo basal e a prática esportiva. Quando uma atleta não ingere o suficiente face ao gasto decorrente de treinos e competições, o corpo pode não ter energia suficiente par a produção hormonal, interferindo na menstruação: o intervalo do ciclo pode ficar menor, o sangramento pode diminuir ou até parar de ocorrer. Caso a ingesta se mantenha insuficiente, os problemas se agravam com possível acometimento ósseo e maior número de fraturas de estresse.

A Tríade da Mulher Atleta, descrita na literatura médica desde 1992, tem sido entendida, nos últimos anos, de uma forma mais ampla. O conceito mais atual é o RED-S, acrônimo em inglês formado pela expressão Relative Energy Deficiency in Sports. A deficiência energética pode acometer um número maior de sistemas, prejudicando gravemente a saúde da mulher esportista.

“Hoje a Tríade é vista como parte de algo maior que se chama RED-S: deficiência energética relativa no esporte. REDS abrange alterações além da parte menstrual e óssea. Essa disponibilidade energética negativa ou insuficiente pode acometer outros sistemas, como a parte endocrinológica, metabólica, gástrica, psíquica. Então às vezes as meninas não respondem a treino, aumenta o risco de lesão, altera-se o humor, perdem concentração, coordenação”, explica Tathiana.

A médica esclarece a necessidade de que as atletas estejam atentas aos possíveis sinais desse quadro. “O aporte calórico nutricional baixo ou o gasto elevado com treinos podem gerar a alteração de disponibilidade energética. Esse é o grande fator desencadeador das demais alterações. Portanto, ter um acompanhamento nutricional é essencial, fortalecendo o trabalho em equipe”.

Outro ponto importante da palestra é aquele que se relaciona à higiene íntima. “Algumas das atletas das Seleções de Ginástica são muito novas e saem de casa muito cedo. Então a gente tenta dar “orientações de mãe”. Lavar sua própria calcinha, melhor tipo de tecido para roupa íntima, uso de sabonete íntimo ou absorventes diários, são temas abordados. Falamos da possibilidades de escolhas de absorventes externo ou interno, para os dias de fluxo menstrual, assim como o uso coletor menstrual e calcinhas absorvíveis. Tudo o que possa ajudá-las a minimizar o desconforto com o fluxo menstrual. Tentamos passar o máximo de informações e cabe a cada uma implementar isso no dia a dia”, afirma a ginecologista.

A orientação a respeito da utilização de anticoncepcionais é outro tópico da palestra considerado muito importante. “A primeira coisa que as atletas têm que saber em relação aos anticoncepcionais é que a prescrição deles é feita de maneira individualizada. Não é certo tomar o que a amiga toma. Não é porque deu certo com uma que vai dar certo com ela. A gente tem critérios de escolha, consideramos quem também tenha contraindicações para o uso. Então essa menina precisa saber se ela pode usar e, diante das queixas ou das necessidades delas, nós as ajudamos a escolher a opção à qual possa se adaptar melhor. Os anticoncepcionais vão muito além da pílula e, às vezes, isso é pouco falado. Então cabe à consulta ginecológica expor e ajudar as meninas nessa escolha. Primeiro de tudo, sem dúvida nenhuma, a gente tem que proteger nossas atletas de gestações indesejadas, sem subestimar que algumas já podem ter iniciado a vida sexual e que isso é inerente a ter relações sem proteção. Mas a gente também pode buscar um ganho de saúde e de performance esportiva. De saúde, principalmente em relação a um sangramento aumentado ou cólica menstrual. E performance esportiva porque existe a possibilidade de se planejar o sangramento quando se percebe que ele possa causar uma influência negativa sobre os treinos e competições”, explica Tathiana.

A profissional também apresentou informações sobre a perda de urina. “Essa ocorrência tem inúmeras causas. Em algumas mulheres ocorre devido ao esforço e, em outras, por causa da prática esportiva. O assoalho pélvico é um grupo de músculos que tem como função sustentar a bexiga, útero e intestino. Ele absorve o impacto e garante a continência urinária e anal. Então, em esportes com muito impacto, a função desse assoalho é absorvê-lo. Mas, como qualquer musculatura, ele pode entrar em fadiga e não cumprir bem essa função. Isso pode causar a perda urinária de maneira involuntária. Muitas vezes as meninas não sabem que essa perda não é normal. Elas consideram que um pouquinho de xixi não seria problema. Mas a informação as leva a perceberem se isso está acontecendo e procurar por ajuda. A ajuda se faz principalmente pelo fortalecimento dessa musculatura ou, por vezes, até pelo relaxamento. Um fisioterapeuta especializado em urinoginecologia, uma fisioterapia pélvica, é essencial para o ensinamento e o treinamento dessa musculatura”.

Tathiana esclarece também que a perda urinária pode estar relacionada à baixa disponibilidade energética citada acima. “É muito importante a gente ressaltar também que aquela baixa disponibilidade energética citada na tríade também pode estar associada a um maior risco de perda urinária, porque no momento em que a baixa disponibilidade altera o padrão hormonal, ele também pode acometer as fibras musculares do assoalho pélvico”.

Em essência, Tathiana recomenda que as atletas fiquem atentas aos sinais emitidos pelo corpo. Essa observação, que se soma às valiosas informações repassadas, pode ser determinante. “Às vezes, as meninas perguntam qual é a melhor fase do ciclo menstrual, e digo a elas que se observem, se conheçam mais, para podermos trabalhar melhor. Elas precisam de tempo para entender isso”, resume a especialista.

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