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Pandeiros no ar: é o Brasil logo na segunda edição da Gymnaestrada

27/06/2020

A professora Ilona Peuker e alunas dela, como Daisy Barros e Maria das Graças Silvério, ofereceram contribuição decisiva para a difusão da Ginástica para Todos no País

Pandeiros no ar: é o Brasil logo na segunda edição da Gymnaestrada

Ilona Peuker, treinadora húngara radicada no Rio de Janeiro, percebeu que o pandeiro poderia se transformar num aparelho de GR tão funcional quanto a bola ou o arco. E foi assim, lançando o instrumento musical para cima, rolando-o pelos braços, que a equipe brasileira deu um verdadeiro show na segunda edição da Ginastrada Mundial (Gymnaestrada, no original em latim) realizada em Zagreb, então parte da Iugoslávia, em 1957.

“O público aplaudiu de pé a apresentação brasileira. O grupo conseguiu, ao som do samba, mostrar uma coreografia que dizia algo sobre a cultura do nosso país, o que foi muito valorizado. Acho que foi graças a esse diferencial que o Brasil continuou sendo convidado para a Ginastrada”, diz a Professora doutora Eliana de Toledo, pesquisadora do Lapegi (Laboratório de Pesquisas e Experiências em Ginástica), vinculado à Unicamp.

Eliana, estudiosa que realizou pós-doutorado sobre a História da Ginástica para Todos no Brasil, destaca, entre outros, dois nomes daquela equipe enviada à Croácia que fizeram muito pela difusão da Ginástica para Todos (que levava o nome de Ginástica Geral nas primeiras décadas do Pós-Guerra): o de Daisy Barros, técnica da Seleção Brasileira de GR por 14 anos, e o de Maria das Graças Silvério, professora que ensinou por anos a fio a GG em aulas de Educação Física e continuou a praticá-la na terceira idade.

“A Daisy lecionava cursos para o MEC em várias regiões do Brasil sobre a GR. Em todos os lugares aos quais ia, ela falava do trabalho da Ilona, e também discorria sobre a Ginástica Geral, que o Brasil não conhecia”, diz a pesquisadora.

Maria das Graças, que era conhecida como Graça, já falecida, foi uma entusiasta incansável da Ginástica Para Todos. “A Graça teve atuação mais concentrada no Rio de Janeiro. Em toda a oportunidade que tinha, falava sobre a GPT. Sempre foi uma mulher extremamente ativa. Era a mais animada, cheia de ideias e contribuições nos grupos. Como praticante, foi um exemplo de que a GPT não deve ficar restrita aos adolescentes e jovens”, acrescenta Eliana.

A contribuição das antigas alunas de Ilona Peuker foi fundamental para a difusão do conceito da GPT. Muitos grupos universitários se dedicaram a trabalhar a modalidade com praticantes idosos pelo Brasil afora. Segundo Eliana, um dos grupos que se esmeram nessa atividade, e merece citação especial, é o Cignus, da ESEFFEGO (Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás). O SESC São Paulo também abraçou a prática, e a oferece em várias de suas unidades.

Geísa Bernardes, outra ex-aluna da educadora magiar, deu o seguinte depoimento sobre o processo criativo de Ilona, registrado no livro “Possibilidades da Ginástica Rítmica”, organizado por Elizabeth Paoliello e Eliana de Toledo e publicado em 2010 pela Phorte Editora:

“Trabalhar com a Dona Ilona era uma experiência única. Seu processo criativo era dinâmico e global; ela tinha um método próprio de conduzir um treinamento, principalmente nos momentos em que elaborava uma nova coreografia.

Ela nos reunia em uma quadra e nos falava sobre sua intenção e o traçado espacial da coreografia, e todas criávamos movimentos que eram aproveitados por ela e incluídos da melhor maneira possível em suas sequências coreográficas. Dessa forma, aprendíamos sobre a utilização do espaço em uma montagem e nos sentimos parte da coreografia elaborada, pois identificávamos ali nossa contribuição.

Muito do que aprendemos com Dona Ilona utilizamos em nossas vidas, e não só em uma quadra de esporte: método, disciplina, criatividade, perseverança e tantos outros atributos que ela deixou em cada uma de nós. Isso é um traço comum em todas as suas ex-alunas.”

Por falar nas ex-alunas de Ilona, em 2015, Daisy Barros levou um grupo formado por participantes de um projeto social tocado por ela no Rio para a 15ª edição da Ginastrada, na Finlândia. Duas décadas antes, na Ginastrada de 1995, em Berlim, o grupo brasileiro fez uma homenagem à professora húngara, utilizando bambus gigantes, em outra referência ao País, esta mais rural, ao empregar um elemento muito presente no interior de estados como São Paulo e Minas Gerais.

“A gente fez a apresentação com bambus de três metros de altura”, recorda Eliana, que praticava a GPT na Unicamp na época.

Admiradora do papel representado por pioneiras como Ilona, Daisy e Graça, a professora Eliana faz um esforço para oferecer uma perspectiva da importância da participação brasileira na segunda edição da Ginastrada. “Em 1953, Ilona foi convidada pela FIG para a edição inaugural da Gymnaestrada, em Amsterdã, mas foi como pessoa física. Na segunda edição, ela já conseguiu levar um grupo, que talvez tenha sido o único representante da América Latina. Era um momento histórico muito peculiar. O mundo ainda carregava muitas cicatrizes da Segunda Guerra Mundial, e o evento apresentou um caráter de celebração da amizade, da união, da vida. Nesse contexto, a participação do Brasil em 1957 foi fundamental e agregou muito para a história da Ginástica para Todos no País”.

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