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Rafaela, sem medo de sonhar alto

25/08/2020

Campeã da copa pan-americana trocou a função de top pela de base, e nela construiu uma carreira das mais sólidas

Rafaela, sem medo de sonhar alto

Foi por medo de avião
Que eu segurei pela primeira vez a tua mão
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque beatle
I wanna hold your hand

Em 2017, Belchior, o bardo cearense, foi-se, depois de cantar por tanto tempo “Medo de Avião”. Segundo a letra, todo mundo compreende aquela necessidade de se pegar na mão de alguém quando se sente medo. E foi por medo de altura que Rafaela Januária Harmendani de Abreu hesitou antes de participar de sua primeira competição de Ginástica Acrobática, ainda na infância. Ela era volante (ou top), a atleta que é lançada para cima num trio, formado também por uma base e uma intermediária. “Os treinos de construções acrobáticas, tanto as estáticas como as dinâmicas, eram grandes desafios, porque tinha muito medo”, lembra a ex-atleta nascida em Taguatinga, a terra do campeão olímpico Joaquim Cruz, no Distrito Federal.

Impossibilitada de competir nas alturas, a garota esperou a equipe voltar para comunicar a Márcia Janete Colognese, sua treinadora na equipe Akros (Associação de Ginástica Acrobática do Distrito Federal), que queria continuar de qualquer maneira no esporte, sua paixão. A solução foi se reinventar como base, a atleta que dá sustentação, o que não foi um processo fácil. “Eu era muito magrinha ainda, não tinha muita força. O que ajudou é que a nossa volante, a Raquel Laterza, era bem leve também. Com o tempo, os treinamentos tornaram-se mais fluidos, fomos evoluindo”.

A fluidez, essa palavra de que Rafaela gosta tanto, repetida algumas vezes na entrevista, é verificável a olho nu quando se constata a facilidade com que ela passou a chegar, competir, e subir no degrau mais alto do pódio: era uma corrente, um movimento natural. Foi campeã brasileira em 2010, 11, 12,13, 15, 16. Raramente, para ficar nesse terreno molhado das metáforas aquáticas, deparamos com um enrosco, aquele tronco de enchente, ao analisarmos essa caminhada esportiva. Pouca coisa era capaz de represar essa torrente vencedora que se avolumava, movida basicamente por talento e treino sério.

Se a facilidade para vencer em território nacional era grande, não é de se estranhar que Rafaela tenha obtido vaga na equipe que rumaria para a competição de trios da 23ª edição do Mundial de Ginástica Acrobática, realizada em Lake Buena Vista, no estado norte-americano da Flórida, em 2012. A brasiliense, então com 12 anos, participou dos chamados “age groups”, nas disputas de sua faixa etária.

O trio brasileiro terminou a competição na 18ª colocação entre 32 participantes, posição compatível com o nível de desenvolvimento da modalidade no Brasil. Mas aquilo que a menina viu no ESPN Wide World of Sports Complex está gravado em sua retina até hoje. “Fiquei deslumbrada com a técnica dos finalistas. Foi maravilhoso ver o que é o nosso esporte praticado no mais alto nível”, diz a jovem, hoje dona de uma das concorridas vagas no curso de Educação Física da Universidade Nacional de Brasília e com projetos de um futuro como treinadora.

A própria sensação de, aos 12 anos de idade, ver um pouco do mundo, foi uma grande conquista para a garota, que vem de uma família humilde. “De todas as viagens que fiz para competir, essa, para a Flórida, foi aquela que mais me encantou. Tivemos um tempo para visitar a Disney, gostei demais”.

Era já um ponto alto na trajetória esportiva de Rafaela, que começara quando ela tinha sete anos de idade. Sabendo do valor formativo do esporte, os pais matricularam-na na turma de Nado Artístico da Caesb, o clube dos funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, quando ela tinha sete anos. Depois, para reduzir custos, procuraram vaga num local público para a prática esportiva, e ela passou a se dedicar à Ginástica Rítmica no Cief (Centro Integrado de Educação Física), mantido pelo governo distrital. Passaram seis meses até que ficasse sabendo da existência da Ginástica Acrobática – e descobrir sua vocação.

“A treinadora fez uma seleção para iniciar os treinos. A modalidade era recém-chegada a Brasília. Modéstia à parte, acho que é a mais linda de todas!”.

Com a confiança em alta depois da primeira experiência num Mundial, o trio de que Rafaela participava disputou também as edições de Levallois-Perret (França), em 2014, e Putian (China), em 2016, vindo a ocupar a 29ª posição (entre 33 participantes) e a 26ª, respectivamente. Com a elevação de faixa etária, dificuldades adicionais no nível técnico fizeram-se acompanhar. 

Se a conquista de lugares no pódio em Mundiais de Ginástica Acrobática ainda não é rotina para o Brasil, em competições de nível pan-americano o quadro é outro. Assim, entre essas disputas realizadas na França e na China, Rafaela, Kaylanne Cardoso Carvalho Leal e Rachel Yoshida Arns conquistaram a medalha de ouro na Copa Pan-Americana de Clubes realizada em Caguas, Porto Rico, em 2015.

“Sempre me senti muito nervosa nas competições, mas, ao mesmo tempo, nossa equipe já tinha maturidade. Foi interessante medirmos forças com equipes como México e Porto Rico, que não estávamos tão acostumadas a enfrentar, e levar a melhor”, diz Rafaela, orgulhosa pelo feito.

O ano seguinte, o de 2016, foi aquele em que encerrou uma curta, mas interessante carreira, aos 17 anos de idade. Foi o momento de investir nos estudos, esforço premiado com a conquista da sonhada vaga na UnB. A Ginástica Acrobática, contudo, faz parte dos planos de Rafaela até hoje. E como faz!  Ela vem investindo em cursos de arbitragem e no trabalho voluntário como auxiliar técnica na Akros. Na Copa Pan-Americana de Monterrey, no México, teve a oportunidade de atuar como árbitra. Durante o período de pandemia, participa de cursos on-line organizados pela comissão técnica capitaneada por Márcia Janete. Fora do espaço de competição, mas não tão distante dele, continua trabalhando como base para a Ginástica Acrobática, dando sua parte para construir um futuro melhor para a modalidade no Brasil.

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