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Beatriz Aprobato – O triunfo da dedicação

08/07/2020

Irrequieta, menina arteira descobre a Ginástica Acrobática e constrói, com dedicação, caminho que a levou ao ouro no Pan da modalidade

Beatriz Aprobato – O triunfo da dedicação

O corpo de Beatriz Palma Aprobato não era dos mais flexíveis, a postura deixava um pouco a desejar e o comportamento era ainda mais distante do ideal. Como a professora Deise Turbay Garcia, que lhe dava as aulas de Ginástica Acrobática no Colégio Arbos, em Santo André (SP), é daquele tipo que não abre mão da disciplina, a passagem daquela menina de 7 anos por aquele esporte parecia estar fadada a ser aquilo mesmo: só uma passagem, e das mais curtas. Mas algo na modalidade foi capaz de prender a atenção da pequena Bia, ou talvez várias coisas juntas tenham permitido que ela se aquietasse e prestasse atenção, pois a Acrobática não é só esporte, mas também circo, dança, arte.

“A Bia era bem arteira. É filha única e tinha uma energia que não cabia nela. Como sou bem rigorosa, tive que deixar claras as regras. Os professores que entendem de ginástica não veriam nela uma menina que iria pra frente no esporte, por causa da postura, do corpo. Mas o fato é que ela começou a gostar muito da Ginástica Acrobática. E foi por causa disso que tudo funcionou. A Bia acabou gostando tanto que correu atrás de tudo para melhorar: corrigiu a alimentação, dedicou-se bastante e acabou chegando lá”, diz Deise, que é Coordenadora Técnica de Ginástica Acrobática da CBG.

Hoje, olhando para trás, Beatriz, que é farmacêutica formada pela Faculdade de Medicina do ABC, manifesta um forte orgulho por ter triunfado na modalidade, mesmo sendo desprovida de uma aptidão evidente para prosperar esportivamente. “Fui mais dedicada do que talentosa. Não era daquele tipo de jovem atleta que parece ter nascido sabendo praticar o esporte. Tive que me dedicar muito para fazer por onde”.

Se a Ginástica Acrobática foi capaz de canalizar a enorme energia da garota, foi um evento específico que a ajudou a enxergar que poderia de fato trilhar uma bela caminhada na modalidade. Em 2011, o Campeonato Brasileiro teria a função de seletiva para o Mundial do ano seguinte, com sede em Orlando, nos Estados Unidos. “Minha dedicação só fez aumentar. A dupla que eu formava com a Letícia Simyniuk ficou em segundo lugar, atrás de uma dupla de Brasília (Stefani de Oliveira e Thainá Cruz). A gente não ficou nem um pouco chateada com a segunda colocação. Tínhamos algo muito maior em vista. Por assim dizer, era o início de uma nova era”.

Para Beatriz, que começou no mundo da ginástica no colégio, o Mundial de Orlando foi de aprendizado. Não só para ela, mas para toda a delegação brasileira enviada à Flórida. “A Ginástica Acrobática é ainda um esporte jovem, e estava num estágio ainda muito incipiente no Brasil. Eu estava estudando as regras havia um bom tempo, porque nem isso a gente sabia direito. Não sabíamos qual era o tipo de collant ideal, qual a melhor música para montar as séries”, diz Deise, que trabalhou na arbitragem durante o evento.

Ainda distante das principais potências europeias, o Brasil não conseguiu desempenho memorável nas disputas adultas, tampouco nos chamados “age groups” – Beatriz tinha 15 anos, na época, e era juvenil.

“Nossa dupla foi uma das últimas colocadas. Não tínhamos nível competitivo. Mas não houve qualquer constrangimento por isso. Fomos muito elogiadas e fizemos bonito fazendo aquilo que poderíamos fazer”, explica Bia.

No Mundial seguinte, o de Levallois-Perret, nos arredores de Paris, Beatriz e Letícia, ainda no “age group”, obtiveram a 22ª colocação, já demonstrando evolução. A disputa foi no Palácio dos Esportes Michel Cerdan, que leva esse nome em homenagem ao melhor boxeador francês da história – ele travou com Jake LaMotta aquela que ficou conhecida como uma das melhores lutas do século XX, em 1949. LaMotta é o pugilista retratado no filme “Touro Indomável”, clássico dirigido por Martin Scorsese.

Os pais de Beatriz foram prestigiar a atleta da família. Depois da participação dela no evento, deram uma esticada para conhecer Paris, e chamaram a filha. Mas a paixão pelo esporte falou mais alto. “Eu tinha que permanecer em Levallois, porque ia arbitrar a competição adulta, e a Bia resolveu continuar comigo. Ela já disse que sou a segunda mãe dela, e isso para mim foi marcante”, diz a treinadora.

Mas o melhor estava por vir. Na primeira edição do Pan-Americano de Ginástica Acrobática, em 2015, Beatriz e sua nova parceira, Marcela Chacon Guadagni da Silva, conquistaram a medalha de ouro, no Coliseo Héctor Solá Bezares, em Caguas, Porto Rico. A consagração em nível continental é vista por Beatriz como uma justa recompensa por toda a dedicação da dupla. “No Mundial ficava complicado para nós, mas conseguimos competir de igual para igual com os Estados Unidos no Pan”, diz a ginasta.

No Pan seguinte, em Daytona Beach, nos Estados Unidos, em 2017, Beatriz e Marcela consolidaram sua posição no pódio, conquistando a medalha de prata na categoria sênior. Foi o último ano da carreira de Bia, que teve que direcionar seus esforços para a carreira de farmacêutica. O tempo em que permaneceu na modalidade, no entanto, é muito especial em sua memória.

“Isso está no meu currículo, e todo mundo me pergunta sobre o tempo de atleta. A Ginástica Acrobática me ensinou que dedicação é fundamental em qualquer atividade, e levo isso para a minha vida. Além disso, os benefícios para a minha saúde física são generalizados. Hoje conheço muito bem o meu corpo, e devo isso ao esporte”, diz a jovem, que continua irrequieta – nos últimos anos, tem praticado tênis e muay thai, além de aulas de dança.

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